Alerta Total
Escândalo sobra até para o General Villas-Bôas?
Risco de retorno de Lula à Presidência em 2018 é uma ameaça temerária de quem tenta se fingir de vivo
A situação é patética ou gansética?
O Poderoso Chefão da JBS
Benefício Ilusório
Carlos Lacerda – o maior homem do meu tempo
Posted: 23 May 2017 03:17 PM PDT
Notícia mentirosa nas redes sociais
2a Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Olha o nível de maluquice e irresponsabilidade a que se pode chegar em uma crise política com desastrosa repercussão econômica. Algumas pessoas sem noção – incluindo alguns militares que só podem ser "melancias" (verde-oliva por fora e vermelhos por dentro) – veicularam nas redes sociais a informação, absolutamente falta, de que o General Eduardo Dias da Costa Villas-Bôas, seria sogro do empresário Joesley Batista. Pura loucura ou filhadaputice contra o Comandante do Exército.
A jornalista baiana Ticiana Villas Boas é filha de uma tradicional família Salvador. Seus pais são Dirceo e Cristiana Villas Boas. O General Villas-Bôas (que tem acento no nome é gauchão, natural da cidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. O militar sequer é parente próximo da Ticiana – que agora se "asila" com o marido Joesley em Nova York, terra de Donald Trump. O lamentável é que tal notícia mentirosa (fake news) tenha sido espalhada com ajuda até de oficiais da ativa do EB...
Quem gosta de piada, mais interessante é curtir esta viralizada de uma conversa absolutamente inimaginável entre o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer - o atual Presidente que desejam derrubar:
Michel: Alô... Lula...
Lula: Fala cumpanhêro Mixéu ...
Michel: A casa caiu...
Lula: O tiprex?
Michel: Não porra!!! O Joesley me delatou!!! Fodeu!!!
Lula: Esse Joelis nunca foi de confiança... apesar que eu não sei quem é...
Michel: Porra Lula... o dono da JBS...
Lula: Num conheço...
Michel: Aquele que você deu 9 bilhões do BNDES...E agora Lula que faço?
Lula: Põe a culpa na Grobo... na Veja, na Mídia Golpista nos Istado Unido ...
Michel: Mas tá tudo gravado!!!!!!!!
Lula: Já sei.., coloca a culpa na Marcela ...
Michel: (silêncio.....) mas a Marcela? ... ela tá viva ...
Lula: Bom! A Marisa também tava ...
- Releia a primeira edição: Risco de retorno de Lula à Presidência em 2018 é uma ameaça temerária de quem tenta se fingir de vivo
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 23 de Maio de 2017.
Posted: 23 May 2017 06:45 AM PDT
Edição Atualizada do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Onde foi parar a mala com R$ 500 mil reais que o deputado federal Rodrigo Rocha Loures recebeu do propinoduto da JBS? Eis a pergunta que nem a Polícia Federal conseguia responder até segunda-feira à noite, quando Loures devolveu a maleta recheada, com medo de que a numeração dos bolos com notas de R$ 50 reais estivesse registrada pelos investigadores. Será que estava? De repente, não... Sequer foi monitorada por chip de localização (sabe-se lá por qual motivo). Fofoqueiros de Bruzundanga advertem que a grana sumida seria um dos motivos pelos quais Michel Temer estaria chamando "urubu de meu Loures"...
Os viciados apostadores do mercado – que até a delação de Joesley Batista davam apoio total a Michel Temer - ainda não têm certeza de que Michel Temer conseguirá resistir no cargo. Apesar de brincarem com a bola de cristal das consultorias transnacionais (que conseguem a mágica de estabelecer percentuais para a capacidade de sobrevivência presidencial), os rentistas atordoados não sabem por quanto tempo vai se prolongar a crise política – que reduz ainda mais a velocidade de bicho-preguiça da recuperação econômica.
Via Facebook, o falso aliado de Michel Temer chamado Renan Calheiros receitou uma solução inconstitucional para tentar salvar a própria pele e de centenas de políticos enrolados nos escândalos de corrupção. O Senador Renan aposta no futuro, com uma tese que alegra Lula, sua petelândia e o restinho da esquerda que finge ser "oposição". Idéia de Renan: "Precisamos construir uma saída na Constituição que garanta eleições gerais em 2018 e Assembleia Nacional Constituinte. Fora disso é o imponderável. Tenho convicção que o presidente compreenderá seu papel e ajudará na construção de uma saída".
Na balada de Renan – e agindo em nome de Lula -, o governador da Bahia, Rui Costa, articula uma reunião de governadores, para juntar pontos comuns de interesse em meio da guerra de todos contra todos. O temor dos petistas e de seus falsos inimigos é que a "judicialização" piore ainda mais o cenário político – levando muitos deles para a cadeia. Por isso, Rio Costa faz a seguinte pregação: "A saída será ela política. O Judiciário, por mais legítimo que seja, não apresentará uma saída para o Brasil. O Ministério Público também não. Quem acaba com uma guerra é a diplomacia e não os militares".
A resistência de Temer – que já repetiu 13 vezes que não pretende renunciar – ganha contornos de chantagem política-emocional. Os deuses do mercado já se apavoram com a "tese" de que a queda temerária pode acelerar o retorno de Lula (alvo de seis processos na Lava Jato curitibana, já que não tem foro privilegiado, embora continue esbanjando um poderio que só tem no autoengano e na ilusão). Aproveitando o medinho do "retorno de Lula" e do risco concreto de ser obrigado a sair do poder se a chapa presidencial de 2014 for cassada, Temer acelera a aprovação de suas "reformas" no Congresso. Por ironia, até ontem, havia 13 pedidos de impeachment contra Temer... Sempre 13...
O "presidenciável" Rodrigo Maia (substituto eventual e imediato de Temer, em caso de renúncia ou impedimento) marcou para 5 de junho a votação da reforma da Previdência. Por "coincidência" (que não existe) será na véspera do dia 6 (quando o Tribunal Superior Eleitoral retoma o julgamento da chapa-quente Dilma-Temer. Rodrigo Maia já se comprometeu a não acatar nenhum dos 13 pedidos de impedimento contra Temer. O filho de César Maia justifica: "A presidência da Câmara dos Deputados não será instrumento para desestabilizar o governo. O Brasil já vive uma crise muito profunda para que essa Casa cumpra um papel de desestabilização maior. Nossas energias ficarão concentradas no cumprimento da agenda econômica"
Michel Temer desistiu de pedir ao Supremo Tribunal Federal que suspenda as investigações em andamento pedidas pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e autorizadas pelo supremo-magistrado Luiz Edson Fachin. Os advogados de Michel Temer vão ter de rebolar muito para provar que o Presidente não cometeu crimes de prevaricação (Código Penal, art. 319), obstrução de justiça (Código Penal arts. 344, 347, 348 e 349), corrupção passiva (Código Penal, art. 317) e organização criminosa (Lei nº 12.850/2013, art. 2º) no desdobramento da gravação clandestina e ilegal feita por Joesley Batista.
Temer percebeu que seria fácil convencer os 11 ministros do STF a trancarem a instauração de inquérito. O Presidente sabe que seu grande pecado foi ter ficado calado diante de crimes relatados pelo premiadísimo delator Joesley. Como grande advogado constitucionalista, Temer também sabe muito tem que está enquadrável em crimes de improbidade administrativa e de desrespeitos às leis brasileiras (CF, art. 85, V e VII) – o que pode render um impeachment (processo que vai demorar séculos para ser resolvido). Por isso, só resta a Temer se fingir de vivo...
Enquanto a Petelândia grita "Fora, Temer" e "Diretas, já", sofre com a sexta ação judicial contra Lula e mais 12 pessoas (total irônico: 13). Desta vez, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, usando a reforma do famoso sítio de Atibaia como desculpa esfarrapada para desviar grana de contratos com a Petrobras. O Ministério Público Federal pede que Lula pegue multa de R$ 155 milhões à "estatal", por prejuízos gerados pelas negociatas. Embora sustente que não é proprietário do local, o pedágio da região registra que os carros oficiais que atendem a Lula estiveram por lá 270 vezes.
Ainda vai longe a guerra dos fim dos imundos, de todos contra todos, nos poderes tupiniquins... Os políticos profissionais querem que tudo fique do jeitinho como está... A cúpula da petelândia já admite até apoiar Nelson Jobim como alternativa à saída de Temer. Mas muitos petistas preferem que Temer continue, pois o desgaste dele beneficiaria Lula em 2018. Só falta combinar este roteiro com brasileiros honestos - que querem alternativas.
Releia o artigo: E se a Petrobras não for "vítima" na Lava Jato?
Terrorismo abala mercados
Um a atentado terrorista a bomba na Inglaterra deverá bagunçar o mercado financeiro nesta terça-feira.
O artefato com pregos - que explodiu no show da cantora Ariana Grande, em Manchester, na Inglaterra, matou 22 pessoas e ferindo pelo menos 60.
O ato acontece no momento em que o Presidente Donald Trump negocia um acordo de paz entre Israel e países árabes.
Os três apedeutas
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OBS) Valores até R$ 9.999,00 não precisam identificar quem faz o depósito; R$ 10 mil ou mais, sim.
III) Depósito no sistema PagSeguro, da UOL, utilizando-se diferentes formas (débito automático ou cartão de crédito).
IV) Depósito no sistema PayPal, para doações feitas no Brasil ou no exterior.
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 23 de Maio de 2017.
Posted: 23 May 2017 03:23 AM PDT
"País Canalha é o que não paga precatórios"
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
Tivemos há pouco um pequeno entrevero : policiais diversos contra policiais legislativos.
Ah!! Mas as institiuCães estão funcionando...
Foi implantada a república das hienas. Comem merda mas vivem sorrindo.
Nós pagamos o pato; no entanto veremos marchar em passo de ganso os que não aguentam mais o ranço dos que não nos dão descanso.
O país está nota SEM:
Sem teto;
Sem terra;
Sem hospital;
Sem segurOnça.
Abundam os Sem vergonhas. E a crise, a "marvada da crise", é que atrapalha quem honestamente trabalha.
Aumenta o desemprego e cresce o "exército" de pelego.
Solução mortadela (carne de cavalo ou de "freak" boi ?).
Coitadinho do Marcelinho Caracú. Tomou a cerveja errada e ainda vai tomar na rima.
Sem pregas nem autoestima, que crimes ainda negas prum mouro piegas?
E o leão covarde? Verá que injustiça arde?
E o urubuzário? Alguém sairá do armário?
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 23 May 2017 03:22 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Hélio Duque
"Não existe dinheiro bom ou dinheiro ruim. Existe apenas dinheiro".
- gangster Lucky Luciano
A máfia é um grupo inescrupuloso, atua de forma oculta e o objetivo é infiltrar nas instituições civis e públicas. A organização criminosa busca riqueza e poder lastreada na corrupção. Um dos personagens do filme "O Poderoso Chefão" diz: "Neste País a primeira coisa é ter dinheiro. Quando você tem dinheiro você tem poder".
No Brasil, o ensinamento dos mafiosos, nos últimos anos, expandiu nos poderes executivo e legislativo. Acreditavam na "omertá", o código de silêncio mafioso. Grupos econômicos e empresários expropriadores de dinheiro público aliaram-se à elite política em projeto criminoso. Capturaram o Estado, em todos os níveis, fortalecendo a aliança de corruptores e corruptos, tendo na "propina" o gerador do enriquecimento ilícito de empresários, políticos, servidores públicos e afins.
Felizmente, o código de silêncio da "omertá", não funcionou graças à "Operação Lava Jato". O que levou os ladravazes a buscar as "colaborações premiadas". A corrupção sistêmica revelaria fatos inacreditáveis. Na última semana tornou-se pública a delação do JBS, feita pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. O "capo" Joesley, de posse de gravador escondido, registrou em áudio diálogos imorais e constrangedores. Foi à residência presidencial e atingiu o Presidente da República, Michel Temer, de maneira mortal.
A liturgia foi atropelada pelo contubérnio público-privado. Ampliando para a área de vídeos gravou o candidato presidencial do PSDB, senador Aécio Neves, marcando-o como arrecadador de propinas. Felizmente o saudoso Tancredo Neves morreu há 32 anos. Dele, o neto Aécio herdou unicamente o sobrenome.
"Toda sociedade tem o criminoso que merece", dizia Robert Kennedy, ocupante da pasta da Justiça, no governo dos EUA. Antevia o que ocorreria no Brasil. Anestesiada pela euforia populista do "nunca antes da história desse País", majoritariamente, a sociedade brasileira não enxergou o projeto nefasto de poder que se desenvolvia. Os criminosos, nas áreas políticas e empresariais fizeram da corrupção institucionalizada prática comum.
O grupo JBS de Joesley Batista foi gerado e expandido nesse cenário entristecedor. Do quase nada, transformou-se na maior empresa mundial de proteína animal. Sustentada no dinheiro público e nas incestuosas relações com os poderes executivo e legislativo. Corrompeu, pagou propinas a roldo, multiplicando o "festejado" empreendedorismo" em várias áreas da economia brasileira.
Nos textos publicados neste Alerta Total, "JBS e Capitalismo de Estado", I e II, didaticamente sistematizamos as relações espúrias e o portfólio empresarial do grupo. Malandramente Joesley Batista, sabedor das adiantadas investigações do Ministério Público e da Política Federal, sobre a sua empresa, preparou a tocaia traiçoeira.
Clandestinamente o presidente Temer e o senador Aécio foram gravados em conversas antirrepublicanas. Com o material gravado buscou a PGR (Procuradoria Geral da República), oferecendo-se para fazer "colaboração premiada". Além dos políticos, no poder judiciário afirmava ter comprado juiz, juiz-substituto e um procurador da República.
Nos depoimentos da JBS, a corrupção e a sem vergonhice de homens públicos é estarrecedora. Lamentavelmente, sem maiores apurações dos crimes e ilícitos econômicos e financeiros dos empresários, o STF (Supremo Tribunal Federal), monocraticamente pela ação do ministro Edson Fachin, homologou a delação de Joesley Batista e diretores. Estabelecendo multa de R$ 225 milhões no acordo de leniência. Comprovando que o crime compensa no Brasil.
E mais: receberam imunidade total, além de garantia jurídica de proibição de abertura de processo sobre os crimes em que foram ativos participantes. Saíram livres, leves e soltos. O "capo" Joesley, vitorioso, embarcou no jato particular para o exterior, onde disse textualmente "estar escandalizado com a corrupção brasileira". Em ato de cinismo, demonstrou seu caráter deformado e marginal.
Na semana anterior em que a delação se tornaria pública, o JBS invadiu o mercado de câmbio comprando dólares e no mercado de capitais vendendo as suas ações, sabia que se desvalorizariam. Calcula-se que na operação ficaram mais ricos, com ganhos que se aproximam de R$ 1 bilhão. No dia seguinte às delações publicadas as ações sofreram forte desvalorização e o dólar elevada valorização.
A multa arbitrada será paga com os ganhos da compra de dólares, adquiridos a R$ 3,13 e vendidos a R$ 3,40. Caracterizando nas duas operações crimes financeiros definidos como "Insite information" e "Inside trading". A CVM (Comissão de Valores Imobiliários) não pode se omitir e deve investigar o delito.
Ante essa realidade surrealista, o Ministério Público Federal, incomodado com a homologação pelo STF e com o valor da multa leniente, reagiu, lutando para que o total da multa seja de R$ 11,169 bilhões.
A suave e amiga punição ao grupo corruptor indicou o caminho livre para prosseguimento na jornada empresarial vitoriosa do JBS, onde não existe ética nem valores morais, e o seu "capo" Joesley Batista, com imunidade garantida pelo STF, acreditando que dinheiro não corrompe, é apenas dinheiro".
Hélio Duque é doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Foi Deputado Federal (1978-1991). É autor de vários livros sobre a economia brasileira.
Posted: 23 May 2017 03:20 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant'Ana
"Sem dizer que todos vão pagar, inclusive quem não tem filhos".
Muitos de nossos problemas só existem porque O Estado (poder público)
mete o bedelho onde não deveria. Apesar disso, há quem tenha a ilusão de
que é bom assim.
Tramita na Câmara o PL-4906/2016, projeto de lei do deputado Alfredo Nascimento (PR-AM), que torna obrigatório shoppings e hipermercados oferecerem área de lazer para crianças, com brinquedos e profissionais contratados. Sendo proibido cobrar pelo serviço! Quem se deixou aprisionar na estreiteza do politicamente correto vai achar que é bom.
Mas é um engodo. A criação desse "espaço" terá reflexos negativos. Ora, o preço de tudo que se consome nos shoppings e hipermercados inclui o custo de manutenção da infraestrutura. Nem poderia ser doutro modo! A questão é: quem vai pagar para que o público usufrua "de graça"?
Em se tratando de economia, NÃO EXISTE GRATUIDADE. Roupa, sapato, celular, lanche na praça de alimentação, vaga no estacionamento, cafezinho, nada existe sem o TRABALHO DE VÁRIAS PESSOAS. E no mundo civilizado, as pessoas trabalham se são pagas. Logo, nada, absolutamente nada é gratuito! Tudo tem um custo. Claro, por si só não é ruim ter uma alternativa para as crianças. Mas tornar tudo mais caro para as famílias, que delas devem ocupar-se, não há de ser grande favor. Sem dizer que todos vão pagar, inclusive quem não tem filhos.
Se o PL virar lei, produtos e serviços vão ficar mais caros nos shoppings e hipermercados. Porque o custo da brincadeira estará embutido no preço de cada produto. Sim, percebendo ou não, é o consumidor que vai pagar! E não cabe alegar que será ínfimo: é o "intervencionismo estatal" que se deve repelir.
Definitivamente, não há como aplaudir o PL do deputado Alfredo Nascimento. Ninguém, consumidores nem comerciantes, ninguém ganha com a exigência que ele quer impor. É o tipo de lei intervencionista que só causa dano. É o Estado intrometendo-se na economia, quando shoppings e hipermercados devem ter liberdade para oferecer ou não o serviço, aplicando critérios que incluem o perfil dos consumidores em cada local. Alguém saberá, por exemplo, qual é o porcentual de pais que confiariam os seus pequeninos a desconhecidos sem que haja sequer a celebração de um contrato formal para a prestação do serviço?
A causa de tamanha irracionalidade está em que GRANDE PARTE DOS DEPUTADOS E SENADORES, coincidindo com GRANDE PARTE DA SOCIEDADE, não percebe um fato mais do que comprovado: é grave equívoco pretender que o Estado regule todas as relações humanas, inclusive as de consumo. O resultado é desastroso!
Aliás, se o poder público se limitasse a coibir abusos, e o fizesse com eficácia, já estaria de bom tamanho. Mas aí tem um "porém": restaria pouca margem para a demagogia e para o populismo...
Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.
Posted: 23 May 2017 03:19 AM PDT
Carlos Frederico Werneck de Lacerda
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
Dizia Lacerda: "Ao pensar na política, eu sentia o que o toureiro sente quando encara o touro. É o que fascina e aterroriza, a força que usará contra você. Fui a terceira geração de uma família de políticos, e a vida nas touradas é fogo"
Em seu governo, no Estado da Guanabara (fundida com o Estado do Rio de Janeiro), em uma determinada manhã, Carlos Lacerda dirigiu-se a uma das favelas que estava trabalhando para remover, a Favela do Cantagalo, situada em uma avenida às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. Era um conjunto deprimente. Barracos de madeira, aglomerados uns ao lado dos outros, morro acima, construídos precariamente, sem nenhuma segurança, nem higiene.
A água de lavar e de beber era tirada de uma ou duas bicas instaladas na parte baixa, e conduzidas para os barracos, em latas, equilibradas no alto da cabeça pelas mulheres, que escalavam penosamente a encosta, ziguezagueando por íngremes caminhos.
O lixo era arrasado morro abaixo pelas chuvas, ou carregado em sacos despejados às margens da Lagoa.
Já estavam quase prontos os apartamentos construídos pelo governo do Estado, para alojar os favelados do Cantagalo. A despeito das favelas, havia resistência, pois as novas habitações destinadas aos moradores ficavam distantes dos locais de trabalho da maioria.
À mesa, almoçando, Lacerda, olhar brilhante, contava:
- Hoje fui lá, e falei com as mulheres. A maioria também trabalha por perto, mas elas querem se mudar. Querem muito. Não agüentam mais ver os filhos crescerem em meio à imundície, pegando doenças, respirando fedor. Tenho certeza de que elas irão convencer os maridos.
A mudança, afinal, foi feita em clima consensual e ordeiro. Nos lugares onde estavam as favelas, foram construídos parques arborizados.
Em outra favela, perto do estádio do Maracanã, foi construída, ainda no governo Carlos Lacerda, uma Universidade, a então Universidade do Estado da Guanabara, hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Depois que as mudanças da favela do Cantagalo, e de outra, nas mesmas condições, no morro do Pasmado, foram completadas, os barracos desocupados foram queimados.
Por isso, Lacerda chegou a ser chamado de Nero por seus inimigos, e circulou o boato de que pertences dos moradores e, possivelmente algumas pessoas tivessem sido carbonizados.
O certo é que o governador Carlos Lacera deixou à Cidade-Estado um legado precioso e duradouro. Nunca houve, no Brasil, qualquer governo municipal, estadual, ou mesmo federal, melhor ou igual ao do Estado da Guanabara, nos cinco anos em que foi governado por Carlos Lacerda.
Seu governo não se resumiu a isso. Os dois Carlos – Carlos Lacerda e seu Secretário de Educação, Carlos Flexa Ribeiro –, compreenderam a importância fundamental da educação e, durante seu período de governo, construíram escolas públicas, quase uma por semana, admitiram professores, criaram sistemas de controle da obrigatoriedade escolar, de tal sorte que, quando deixaram seus cargos, o Estado da Guanabara era o Estado do Brasil com o melhor índice de escolaridade, à frente de todos os demais.
Uma outra medida deve ser citada: os Cartórios eram, à época, verdadeiros feudos, com que os governantes obsequiavam seus amigos, garantindo-lhes, para o resto da vida, uma forma segura de renda, com pouco trabalho. Inclusive, recordo que o presidente Juscelino deu um cartório de presente a uma sua sobrinha. Lacerda estatizou os Cartórios. Simples assim...
Em seu livro de recordações – A Casa do meu Avô -, incluiu, à última hora, uma dedicatória para seu irmão, então recentemente falecido. Dizia:
Ao meu irmão Maurício
Que se livrou da melancolia
Pela bondade irônica; e da amargura
Pela tolerância generosa; da solidão,
Pela capacidade singular que assinalou sua vida
Aquela marca que imprimiu
Na vida das pessoas a que se dedicou
Com infatigável vigilância crítica
Mas incessante vontade de amar e compreender
A sua força exemplar no sofrimento
A elegância com que procurava nos enganar
Sobre a certeza do seu fim tão próximo
A tímida ternura que disfarçou
Sua permanente doação
A esse homem que empurrou com suas próprias mãos
Estreitos horizontes e devassou mil lembranças
Na rara combinação de rígidos deveres
A cujos apelos atendeu
E uma amável inclinação pelo prazer
A que felizmente se rendeu,
Realizando assim o impossível equilíbrio
A esse homem quase sem biografia
O entanto dotado de tão grande vida,
A tantos que o amaram assim tomada
Na sua hora mais feliz
Quanto mais perto do fim chegamos, ele e eu,
Mais próximos estamos um do outro
Pelos encontros e descobrimentos
Da nossa infância, tantas vezes separada
O domínio das palavras, tantas vezes utilizado para discursos políticos candentes, era também um meio de vivenciar, ocultando e revelando, a um só tempo, a imensa afetividade e a melancolia que habitavam o fundo de sua alma.
Do texto, lido em retrospecto, duas frases ficaram marcadas: a referência à "incessante vontade de amar e compreender", traço definidor agudamente descrito, da personalidade generosa de seu irmão, depois registrado no epitáfio, gravado na lápide de seu túmulo: "amou e compreendeu".
E outra, que não se consegue ler de outra forma que não como uma misteriosa e lúgubre premonição – "quanto mais perto do fim chegamos ele e eu".
Sim, porque lhe restavam, naquele momento, sem qualquer indicação objetiva visível, não mais que seis meses de vida. Nasceu no Rio de Janeiro, mas foi registrado em Vassouras, em 30 de abril de 1914. Faleceu no Rio de Janeiro em 21 de maio de 1977 (63 anos).
_____________________________
Com dados extraídos do livro "Meu Tio Carlos Lacerda", de autoria de Gabriel Lacerda, advogado aposentado, professor na Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas. Este é seu vigésimo livro.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
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